Que cena!

Via Umblogsobrekleist ,tomo conhecimento desta sondagem cinéfila,a qual não consigo passar ao lado. Mencionar somente três cenas é tão difícil, que prefiro complicar. É melhor deixar o fio da memória libertar-se e deixar os filmes pelo caminho, assim como: em Persona, de Bergman, quando a película se queima;na última cena, em que Mouchette,de Bresson, cai ao rio, como fosse uma pedra; o louco, em Ordet, de Dreyer,pára o relógio da sala, após saber da morte de Inger; em Amantes de Pont-Neuf, quando eles dançam na ponte, de noite, sob fogo artifício, bêbedos, ou quando ele queima, no metro, todos os cartazes, com o rosto dela impresso; em que ela cai ao mar, presa ao piano pelo o tornozelo, e as palavras que são ditas, debaixo de água, em The Piano, de Jane Campion;em Alphaville, Anna Karina com o rosto colado ao vidro a ler os poemas de Paul Éluard; a primeira cena de Hiroshima Mon Amour; a cena final de O casamento de Maria Braun, de Fassbinder; o olhar de despedida de Audrey Hepburn ,em Roman Holiday;a partida de ténis, em Blow Up, de Antonioni;a cena final de O sabor de cereja, de Kiarostami; a cena da borboleta pousada na mão da mãe, em Mãe e Filho,de Sokurov;a travessia, na tentativa de chegar ao fim com a chama acessa, em Nostalghia, de Tarkovsky,ou a primeira cena, do sino, em Andrei Rubliov;o comboio parado no deserto e Kit a dizer que quer antes champanhe que filosofia, em Sheltering the Sky;em Mulloland Drive,toda a cena do teatro mágico, a cantora, o playback, “no hay banda”,el silencio;quando Catherine cai ao Sena, com toda a subtileza, em Jules e Jim, de Truffaut;Monica Vitti,com um mapa aberto na cama e a perguntar onde é que seria feliz, em il deserto rosso, de Antonioni; a cena da casa de banho, em À bout de Souffle, Godard; a última cena de Lágrimas e Suspiros, de Bergman; a cena, que começa com um dos mais inesquecíveis diálogos do cinema, “How many men have you forgotten?”, de Johnny Guitar ,de Nicholas Ray;a cena, na pizzaria, em Ladri di Biciclette, de Vittorio De Sica; a longa cena inicial, de Touch of Evil,de Orson Welles; a última cena supreendente, do barco, em Vermelho, Kieslowski,e e e e e . E muitos ficaram pelo caminho. Talvez a continuação fique para outro desenrolar de fio.